Houve um Tempo

Houve uma época em que eu não falava,
Não dizia, não olhava, não cantava, não sorria...
Houve um tempo em que o passado, presente
E futuro não se distinguiam,
Planos não haviam, damas também não,
Também não tinha amigos
Houve uma dor, houve amor, houve tranquilidade,
Mas não houve paz
Um tempo em que eu olhava pro chão
Sem alegria, sem perspectiva e sem encanto,
Do que na vida é simplicidade e espontaneidade.
Então eu corri, então suei, então cansei, então chamei, então fechei, então chorei...
Mas... e então? Então o quê?
Não havia terminado
A cidade se apagou, menos as livrarias
As esquinas dobravam-se, mas a avenida era longas e inflexíveis lembranças....
Os pássaros calaram, mas os anjos murmuravam uma canção épica
Já não podia mais ser fraco,
Já não havia mais o então, nem o haver,
Apenas era... era do que fui, era do que já não crescia, da nossa conversa, do nosso riso,
Nossas falhas, mas sobretudo, nossa verdade de criança
Nosso reencontro, amigo, estive em ponto.
Desculpe-me não ter chego antes.

Gustavo Monteiro de Freitas